Apesar dos incômodos constantes, a Dispepsia Funcional tem prognóstico bom
A maior parte das pessoas com queixas de estômago, submetidas ao exame de endoscopia alta, não têm nenhuma alteração que justifique as suas queixas, o que sugere a possibilidade da Dispepsia Funcional, doença que acomete cerca de 30% da população mundial, segundo estudos recentes.
Queimação ou dor estomacal, sensação de estômago distendido, excesso de gases, azia, saciação precoce, náuseas e sensação de má digestão são os principais sintomas. A Dispepsia Funcional assim como outras doenças funcionais não apresenta nenhuma alteração estrutural nem bioquímica. A causa (ou causas) é desconhecida. Sabe-se que é uma doença crônica, recorrente, que se instala entre os 20 e 30 anos de idade.
Ansiedade, depressão e certos alimentos muitas vezes estão associados a esta afecção, mas não há estudos que provem que sejam a causa. A associação da Dispepsia Funcional com a Síndrome do Intestino Irritável e a Doença do Refluxo Gastroesofágico é frequente. Grande parte dos doentes têm queixas associadas de duas destas doenças ou mesmo das três.
Só se pode afirmar que existe Dispepsia Funcional depois de a endoscopia alta mostrar que no estômago não há alterações que justifiquem as queixas. Se necessário, sobretudo nos doentes com mais de 40-45 anos, o estudo endoscópico deve ser complementado com outros exames para excluir a possibilidade de doença do esôfago, estômago, vias biliares ou pâncreas.
A Dispepsia Funcional é benigna, crônica e intermitente. O prognóstico é bom, mas os sintomas, constantes, associados à pouca eficácia do tratamento, podem levar quem sofre a mudar frequentemente de médico, recorrer a medicinas alternativas e procurar pela cura que nem sempre consegue.
Um gastroenterologista de confiança deve ser o orientador periódico do paciente de Dispepsia Funcional.