A endoscopia digestiva alta é um exame indicado para avaliação diagnóstica e, quando possível, tratamento das doenças da parte superior do tubo digestivo, incluindo o esôfago, o estômago e a porção inicial do duodeno. Ele é realizado introduzindo-se pela boca um aparelho flexível com iluminação central que permite a visualização de todo o trajeto examinado. O exame pode ser realizado com anestesia tópica (um spray de anestésico na garganta) e com sedação, utilizando medicação administrada por uma veia para permitir que o paciente relaxe e adormeça.

O IGEP realiza esse exame com equipamentos de última geração, que oferecem imagens de alta definição. Antes de seu uso, todos os endoscópios (aparelhos que permitem a visualização interna do esôfago, estômago e duodeno) passam por rigorosos processos de limpeza e desinfecção, de acordo com regulamentação mundial.

Por que preciso fazer uma endoscopia digestiva alta?

A endoscopia é utilizada no auxílio diagnóstico e tratamento de algumas doenças que causam dor abdominal superior, náuseas, vômitos, queimação, dificuldade ou dor para engolir  e na suspeita de corpo estranho,  sintomas que podem aparecer em grande número de doenças benignas ou malignas. Muitas vezes, o exame endoscópico é imprescindível para o diagnóstico ou tratamento.

Trata-se, também,  do melhor exame da atualidade para localizar a causa de um sangramento digestivo alto e para procedimentos terapêuticos.

Como é feito este procedimento?

No exame, um tubo flexível com uma câmera iluminada é introduzido através da boca, para que todo o trajeto percorrido seja visualizado e qualquer anormalidade detectada. Para que o paciente sinta o menor desconforto possível, durante o processo, dois tipos de medicamentos podem ser aplicados: spray anestésico na garganta e sedação intravenosa. Na maioria dos casos de endoscopia digestiva alta, o procedimento menos de 20 minutos. Ele permite diagnosticar doenças do esôfago, estômago e duodeno.

Dependendo da medicação utilizada, o paciente pode não sentir nada durante o exame, ou apenas um leve desconforto na garganta durante a passagem do aparelho e no estômago durante a insuflação do órgão com ar. A medicação pode ainda causar sensação de ardência no local da infusão e no trajeto da veia puncionada. Se necessário, pequenas amostras de tecido (biópsias) podem ser colhidas durante o exame para análise microscópica detalhada – tal procedimento é indolor. Na presença de lesões elevadas (pólipos), o médico poderá realizar, dependendo do caso, retirada da lesão (polipectomia) durante o exame.

Os avanços tecnológicos e técnicos em Gastroenterologia estão cada vez mais precisos. Médicos e cirurgiões do IGEP que atuam nesta área passam por atualizações constantes. Em caso de dúvidas, sinta-se à vontade para discuti-las com seu médico. Os profissionais do IGEP são especialistas altamente capacitados que esclarecerão suas perguntas relacionadas ao procedimento.

Qual é o preparo para a endoscopia?

Ao se preparar para uma endoscopia digestiva alta, fique atento:

– É necessário um jejum de 8 horas;

– Deixe para tomar seus medicamentos do dia do exame, depois do exame, mas se houver a necessidade do uso de qualquer medicação prescrita, você deverá tomá-la com água, nunca com leite, suco, etc;

– Não tome antiácidos antes do exame;

– Em casos de pacientes diabéticos, o exame deve ser marcado o mais cedo possível, para que o uso de insulinas e hipoglicemiantes seja feito depois do exame e próximo à primeira refeição do dia.

Antes do exame, você preencherá a ficha de admissão e o termo de consentimento. Esse é o momento de tirar todas as dúvidas antes de realizar o procedimento.

O paciente deve informar se já realizou outro exame de endoscopia, se teve alergias ou reações a qualquer medicação. Óculos deverão ser deixados com seu (sua) acompanhanete. Dependendo da orientação médica, logo antes do início do exame, será oferecida pequena quantidade de líquido contendo substância (dimeticona) para retirar as bolhas da parede do estômago que prejudicam a visualização durante o procedimento.

O paciente deve evitar comparecer com unhas pintadas, porque o esmalte prejudica a monitorização da oxigenação sanguínea durante o exame.

Quais são os riscos da endoscopia?

A endoscopia digestiva alta é um exame seguro. No entanto, como todo ato médico, ela não é isenta de riscos. A complicação mais frequente é flebite (dor e inchaço no trajeto da veia puncionada), que pode acontecer em até 5% dos casos, dependendo da medicação utilizada para sedação, e rinite secundária à administração de oxigênio por cânula nasal. Complicações mais sérias são muito raras, ocorrendo em menos de 0,2% dos casos, podendo estar relacionadas ao emprego de medicamentos sedativos ou ao próprio procedimento endoscópico.

As medicações utilizadas na anestesia/sedação podem provocar reações locais (flebite no local da punção venosa) e sistêmicas de natureza cardiorrespiratória, incluindo depressão respiratória com diminuição na oxigenação sanguínea e alterações no ritmo cardíaco (bradicardia e taquicardia) e na pressão arterial sistêmica (hipotensão e hipertensão). Esses efeitos colaterais são constantemente monitorizados durante o exame com o uso de monitor de oxigenação sanguínea e de controle da frequência cardíaca, estando a equipe habilitada para o tratamento imediato de qualquer uma dessas complicações. Caso o paciente tenha alguma doença cardíaca ou pulmonar, um anestesista pode ser contatado para acompanhar a realização do exame.

Outras complicações da endoscopia digestiva alta, tais como perfuração e sangramento são excepcionais em exames diagnósticos, podendo ocorrer, no entanto, em exames terapêuticos como retirada de corpo estranho (espinha de peixe, osso etc.), dilatação de estenoses (estreitamentos), ligadura elástica ou esclerose de varizes e retirada de pólipos (polipectomia) ou de lesões planas ou deprimidas (mucosectomia). O risco de sangramento ou de perfuração nesses procedimentos varia de cerca de 0,5% a 8%. O médico endoscopista está habilitado a realizar todas as medidas cabíveis para a prevenção e tratamento desses eventos adversos, bem como esclarecer melhor o paciente.

O que acontece depois do exame de endoscopia?

O paciente permanecerá na sala de repouso por cerca de 10 a 30 minutos, até que os efeitos principais das medicações empregadas para a sedação desapareçam, podendo sentir a garganta adormecida ou levemente irritada, e talvez um discreto desconforto no estômago. Espirros ou sensação de congestão nasal podem ocorrer caso tenha sido administrado oxigênio suplementar durante o exame.

Caso o paciente tenha recebido sedação durante o exame, um acompanhante deve estar obrigatoriamente disponível para ajudá-lo a voltar para casa. Devido aos efeitos da medicação, o paciente não deve dirigir carros, operar máquinas ou beber álcool até o dia seguinte ao exame, quando será capaz de retornar às suas atividades rotineiras. Após o exame, o paciente pode voltar à sua dieta normal e a fazer uso de suas medicações rotineiras, a menos que tenha sido instruído do contrário por seu médico. O resultado do exame deve ser interpretado de acordo com a história clínica e exame físico.

O médico que solicitou o exame é o profissional mais habilitado para orientar o paciente em relação ao diagnóstico encontrado. Se necessário, o médico endoscopista poderá entrar em contato direto com ele. Instruções adicionais a respeito do tratamento serão dadas na consulta clínica seguinte. Se forem obtidas biópsias, a análise poderá ser realizada pelo laboratório de anatomia patológica à escolha do paciente, sendo o resultado entregue geralmente em cinco dias úteis. Caso você tenha se submetido a um procedimento terapêutico, informações adicionais serão prestadas pelo médico endoscopista.