Eu tenho risco de ter o vírus da Hepatite C?
A Hepatite C é uma doença silenciosa que pode levar a cirrose e ao câncer de fígado. Acredita-se que 657 mil brasileiros tenham o vírus da hepatite C (VHC). A boa notícia é que o tratamento da hepatite C é fácil, fornecido pelo SUS e de curta duração (8 a 24 semanas), e resulta na cura do VHC em mais de 90% dos casos.
O Ministério da Saúde tem plano para erradicação da doença no Brasil até 2030. Para que isto ocorra é importante o diagnóstico e tratamento da doença que começa pela testagem das pessoas com risco de terem contraído o VHC.
Caso você faça parte de um dos grupos populacionais abaixo mencionados para testagem prioritária para o VHC, compareça a uma Unidade Básica de Saúde e solicite testagem da hepatite C com teste rápido. Caso o teste seja positivo serão necessários exames confirmatórios.
Recomendações para testagem do Vírus Hepatite C no Brasil: Todas as pessoas com idade igual ou superior a 40 anos ou idade inferior, desde que sejam:
– Pessoas vivendo com o HIV (repetir testagem anualmente);
– Pessoas sexualmente ativas prestes a iniciar profilaxia pré-exposição contra o HIV (repetir testagem anualmente);
– Pessoas com múltiplos parceiros sexuais ou com múltiplas infecções sexualmente transmissíveis (repetir testagem anualmente); – Pessoas transexuais (repetir testagem anualmente);
– Trabalhadores (as) do sexo (repetir testagem anualmente);
– Pessoas em situação de rua;
– Pessoas que receberam transfusão de sangue ou hemoderivados antes de 1992 ou transplantes (em qualquer época);
– Pessoas com antecedente de uso de drogas injetáveis em qualquer época, incluindo aqueles que injetaram apenas uma vez;
– Pessoas dependentes de álcool;
– Pacientes ou profissionais da área da saúde que tenham frequentado ambientes
de hemodiálise em qualquer época;
– Pessoas com antecedente de exposição percutânea/parenteral a sangue ou outros materiais biológicos em locais que não obedeçam às normas da vigilância sanitária (ambientes de assistência à saúde, tatuagens, piercing, manicure, lâminas de barbear ou outros instrumentos perfuro-cortantes);
– Pessoas privadas de liberdade, em qualquer época;
– Pessoas com antecedente de uso compartilhado de droga intranasal ou fumada;
– Pessoas com antecedente ou em risco de exposição a sangue ou outros materiais biológicos contaminados: profissionais de saúde, cuidadores depacientes, bombeiros, policiais, etc.;
– Crianças nascidas de mães que vivem com o VHC;
– Familiares ou outros contatantes íntimos, incluindo parceiros sexuais, de pessoas que vivem ou com antecedente de infecção pelo VHC;
– Pessoas com antecedente de uso, em qualquer época, de agulhas, seringas de vidro ou seringas não adequadamente esterilizadas, ou de uso compartilhado, para aplicação de medicamentos intravenosos ou outras substâncias lícitas ou ilícitas recreativas (vitamínicos, estimulantes em ex-atletas, etc.);
– Pacientes com diagnóstico de diabetes;
– Pacientes com antecedentes psiquiátricos;
– Pacientes com histórico de doença no fígado sem diagnóstico ou com elevações dos testes hepáticos (ALT e/ou AST);
– Pacientes com antecedente de doença renal;
– Pacientes com história de imunodepressão, a qualquer tempo.
Fonte: Sociedade Brasileira de Hepatologia