O que é Esteatose Hepática?
Esteatose hepática ou infiltração gordurosa no fígado é o acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado, que pode ter muitas causas, incluindo elevado consumo de álcool (esteatose alcoólica), infecções virais, doenças genéticas, uso de medicamentos, exposição a agentes químicos e alterações endócrinas e metabólicas.
Grande parte dos casos de esteatose está diretamente associada à obesidade, aumento da gordura abdominal, dislipidemia (alteração das gorduras do sangue, triglicérides e colesterol), hipertensão arterial e diabetes mellitus. Chamamos a esteatose ligada a um ou mais desses fatores metabólicos de Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica (DHGNA).
Quais os riscos da DHGNA?
Ela é muito frequente, acomete um em cada três brasileiros adultos. É quase sempre silenciosa e geralmente tem evolução benigna; contudo, pode progredir para cirrose em 1/3 dos casos. O risco de progressão para cirrose é maior nas pessoas que têm no fígado, além da infiltração gordurosa, inflamação e fibrose (cicatrizes no fígado) ou seja, esteatohepatite (esteato=gordura e hepatite=inflamação).
Os pacientes com DHGNA, além da progressão da doença hepática, ainda têm alto risco de no futuro desenvolverem diabetes, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da presença de gordura no fígado é habitualmente feito pelo radiologista em exame de ultrassonografia abdominal de rotina, que detecta geralmente casos de esteatose moderada a acentuada. Casos leves podem não ser detectados no ultrassom e os testes bioquímicos hepáticos podem ser normais ou elevados. Para definir se a causa da esteatose é DHGNA ou não, é necessária a avaliação de um hepatologista, que investigará o diagnóstico diferencial e a presença de fatores de risco para esteatohepatite por meio do exame físico do paciente, de exames de sangue e de bioimagem. Pode ser necessária realização de biópsia do fígado em casos duvidosos e para investigação de esteatohepatite, presença de fibrose ou cirrose.
Qual o tratamento?
Os pilares do tratamento são as modificações dos hábitos de vida. Para pacientes com sobrepeso ou obesos, recomenda-se perda de peso (cerca de 10%) através de dieta supervisionada e balanceada, com um baixo conteúdo de açúcares (carboidratos e frutose industrial). É recomendado um mínimo de 150 minutos de atividade física por semana, com exercícios aeróbicos ou de resistência. Controle do diabetes, da pressão arterial e dos níveis de colesterol e triglicerídeos é indispensável. Os pacientes com DHGNA, particularmente esteatohepatite, não devem fazer consumo abusivo de álcool e não devem utilizar medicações e chás sem receita médica. O tratamento farmacológico específico com drogas que diminuem inflamação (esteatohepatite) e/ou fibrose pode ser necessário devendo ser avaliado individualmente pelo seu médico.
Mas não se esqueça: apenas o médico pode avaliar, diagnosticar e indicar o melhor tratamento para cada caso. Procure sempre um Hepatologista!
Fonte: Sociedade Brasileira de Hepatologia